Gosto do tom argiloso do Outono.
O calor súbito que antecede o cheiro da terra. E a chama de ferro, ou luz, que se lhe segue. A despedida do macerar do Verão na parra que lhe sobrevive. A desistência parda... Qual parda?! Rubra! Roxa! (Roxo, o meu xaile que quase esquecia.) O aroma infinitamente doce. E a chuva farta. O vento morno. Os frutos sábios. Robustos. Que gritam. Precavidos. A lã crua nas mãos da vida. Macia. Já sem pressa. (Obliqua na pressa). Também ela macerada. Meadas quase verdes. Novelos quase castanhos. O lume que apetece. Amo o tom amargurado do outono. Infinitamente.

Na horizontal, como se ama a terra.






[Retoma de texto dos alvores do século, em dia tomado no trato da marmelada. Tarde bonançosa a prometer uma invernia remansada.]



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