Fui encontrar-te debruçado num choro de ferrugem. Estás sentado na varanda e tens a serrania toda percorrida no horizonte. Aquela ferida de rocha nua, a arder de silêncio, nos olhos tão vagos, implodidos de memória. O vento sopra frio.
- Não olhes mais longe! Vem cá desentranhar-te ao lume.

Ficamos juntos a escutar a chuva. Lá fora, as buganvílias apagam o perfume da lenha e um canto fresco, de águas trémulas, cumpre a Primavera das fontes.




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