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.Foto do Fernando Sardoeira Pinto
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CONVERSA COM OS MEUS BOTÕES - II

Doutor Segismundo diria que nos auto-avaliamos sempre que avaliamos outrem.

Mas eu não vou por aí, e julgo que nos tocamos na ausência, assim como na pertença, por medo do esquecimento e preocupação com o "nunca mais" da nossa condição de mortais. Exactamente a mesma angústia que faz do Homem um criador. Não concordais?! Talvez a arte, assim como a linguagem, não passe de um instinto para superar o atributo singular da consciência.

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praia das artes
mais uma aresta
com fundo de ondas dobradas

frias e macias as testemunhas polidas
no incessante vai e vem limadas
nossas pegadas colhidas
cardos seixos nós de nadas




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Túmulos de D. Pedro e D. Inês | Mosteiro de Alcobaça




Que poema de ternura, canta a pedra alabastrina?
.No lavor, louvor perdura, prova, trova e doutrina.




uma aproximação à arte do despojamento






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levar à raiva
o porto do sol no cálice posto

a boca
- com riso mordaz
de vidro -
mordendo







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ténues      os fios      grisalhos     iluminados     do caminho
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foto do André | Arraiolos | Verão'08






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(e as minhas) minimalistas q.b.

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